D.
Pedro II foi o monarca mais retratado nas moedas brasileiras, inclusive em
várias etapas de sua vida. Fator preponderante foi sua longa gestão: 49
anos. Desde sua maioridade aos 15 anos, em 1840, até a proclamação da
República, em 1889. Nessa pequena biografia é feita uma analogia entre
sua vida e as homenagens recebidas em nossas moedas.
O segundo imperador do Brasil nasceu no Palácio da Quinta da Boa
Vista, no Rio de Janeiro, no dia 2 de dezembro de 1825, sendo o sétimo
filho e terceiro varão do casal de imperadores D. Pedro I e D. Maria
Leopoldina, que faleceu quando o príncipe tinha apenas um ano. Com a
morte de seus irmãos mais velhos, Miguel e João Carlos, herdou o direito
ao trono do Brasil.
Após a abdicação do trono e a partida de D. Pedro I para Portugal,
ascendeu ao poder com apenas 6 anos, em 7 de abril de 1831. Até assumir
de fato o poder, ficou sob a tutela de José Bonifácio de Andrade e Silva
e depois do marquês de Itanhaém, Manuel Inácio de Andrade Souto Maior.
Enquanto o Brasil era governado por uma regência, D. Pedro II iniciou
os seus estudos com a sua camareira, D. Mariana Carlota Magalhães
Coutinho, a condessa de Belmonte. Com diversos mestres do seu tempo,
aprendeu outros idiomas, música, dança, geografia, literatura, ciências
naturais, pintura e equitação.
Após nove anos de conflitos políticos internos no Brasil, D. Pedro II
foi declarado maior de idade pela Assembléia Legislativa, atendendo a
pressões do Partido Liberal, sendo sagrado e coroado um ano depois, em 18
de julho de 1841, na Capela Imperial do Rio de Janeiro. Dois anos após,
no dia 30 de maio, casou-se com a princesa napolitana Teresa Cristina
Maria de Bourbon. Com ela, teve quatro filhos, mas somente dois
sobreviveram: as princesas Isabel e Leopoldina.
Assumindo o poder Entre seus primeiros atos de governo, decretou a
anistia geral e restabeleceu o conselho de Estado. Neste primeiro
período, tentou buscar a pacificação do país, contornando diversas
revoltas como a dos Liberais (1842), em Minas Gerais e São Paulo; a
Guerra dos Farrapos (1845) e a Insurreição Praieira (1848), em
Pernambuco.
Entre 1864 e 1870, quando o país esteve envolvido na guerra contra o
Paraguai, chegou a se incorporar ao Exército nacional, durante o período
do cerco da cidade de Uruguaiana, e foi até o local do conflito, numa
viagem que durou seis meses.
Durante o seu governo, foram construídas as primeiras linhas
telegráficas e a primeira estrada de ferro do país. A imigração
estrangeira e a instrução pública também receberam incentivos do
imperador, que por diversas vezes foi nomeado árbitro em litígios
internacionais.
Fim da escravidão
Em seu Império, ocorreram o fim do tráfico negreiro (4 de setembro de
1850), a implantação do sistema de esgotamento das duas principais
cidades da época, São Paulo e Rio de Janeiro (1850); a Lei do Ventre
Livre (28 de setembro de 1871); a libertação dos escravos sexagenários
e a lei Áurea, em 13 de maio de 1888, sancionada pela princesa Isabel,
que ocupava a regência.
Interessado pelas letras e pelas artes, trocou correspondências com
vários cientistas europeus da época, como Louis Pasteur e Arthur de
Gobineau, sempre incentivando intelectuais e escritores. Durante o seu
reinado, excursionou pelo Brasil e visitou diversos lugares do mundo, como
a América do Norte, a Rússia, a Grécia, o Egito e a Palestina. Nestas
visitas sempre buscava trazer inovações tecnológicas para o país, como
a câmera fotográfica, onde os registros de suas viagens se tornaram
preciosidades históricas.
Proclamação da República
Em 1870, com o final da Guerra do Paraguai, as divergências políticas
se acirraram e o surgimento do Partido Republicano neste ano deu início
à decadência política do Império. Em 1887, apesar dos problemas de
saúde, fez a sua última viagem ao exterior como imperador, onde visitou
a França, Alemanha e Itália. Em Milão, chegou a ficar por um período
internado devido a uma pleurisia.
Com a proclamação da República em 15/11/1889, ficou
prisioneiro no paço da Cidade, para onde foi ao sair de Petrópolis, numa
tentativa frustrada de sufocar o movimento. Com a decretação de que
teria que sair do país em 24 horas pelo governo provisório, D. Pedro II
deixou o Brasil e foi para Portugal com a família dois dias depois,
chegando em Lisboa e depois ao Porto, onde a imperatriz
morreu no dia 28/12.
Na Europa, viveu em Cannes, Versailles e Paris, onde participa de
palestras, conferências e espetáculos de arte. Aos 66 anos, morre de
pneumonia em um hotel em Paris, no dia 5 de dezembro de 1891. Seu corpo
foi transladado para Lisboa, onde foi colocado no convento de São Vicente
de Fora, juntamente com o de sua esposa. Em 1920, os restos mortais do
imperador vieram para o Brasil, tendo sido depositados na catedral do Rio
de Janeiro e depois transferidos para a catedral de Petrópolis, onde se
encontram sepultados.
fonte: UOL
Educação;
imagens coleção Eduardo Rezende e Itaú Numismática