Determinar o estado de conservação de uma moeda é um
assunto um tanto quanto controverso, principalmente quando há
interesses comerciais em jogo. Para diminuir a discussão a
respeito e tentar criar regras para se mensurar e avaliar os
estados das moedas, foram elaborados níveis de desgastes, com
detalhadas descrições, permitindo encaixar com certa
exatidão as moedas em determinados níveis de conservação.
Os níveis são baseados em
padrões internacionais e são aprovados pela Sociedade Numismática
Brasileira a qual sugere que as moedas sejam examinadas com uma lupa que aumente
pelo menos 7 vezes. Hoje, com a fotografia digital, fica muito
mais fácil observar os desgastes proporcionados pelo uso ou
pelo descaso.
Os níveis de conservação, adotados pelo Brasil, são:
FC (Flor de Cunho)
Sem circulação, nova, absolutamente perfeita. Sem o mínimo sinal de
desgaste ou manuseio. Deve ter o brilho original da cunhagem. A orla
deve ser perfeitamente cilíndrica sem mostrar mossas ou cerceamento.
Todos detalhes devem apresentar sua aparência original. Não pode haver
sinais de limpeza física ou química.
S (Soberba)
Pouquíssimo vestígio de circulação. Muito bonita. Deve apresentar,
no mínimo, 90% dos detalhes originais, deve manter algum brilho da
cunhagem original. A orla pode conter até cerca de 10% de
imperfeições proveniente de um pequeno desgaste ou de manuseio.
Aceita-se alguma limpeza mas que não cause manchas ou riscos.
MBC (Muito Bem Conservada)
Bastante circulada mas, bonita. Deve apresentar, no mínimo, 70% dos
detalhes originais com nível de desgaste homogêneo. A orla pode conter
até cerca de 20% de imperfeições. O aspecto geral deve ser de fácil
identificação. Admite-se sinais de limpeza que causem pequenos riscos
ou manchas.
BC (Bem conservada)
Muito circulada mas com todos detalhes visíveis. Deve apresentar, no
mínimo, 50% dos detalhes originais podendo alguns detalhes estarem mais
ou menos aparentes em alguns setores da moeda. A legenda e a data devem
ser visíveis a olho nu. A imperfeição da orla pode chegar a até
30%.
R (Regular)
Com muito desgaste e pequenos defeitos. Mínimo de 25% dos detalhes da
cunhagem original. Distribuição irregular de sinais de forte manuseio.
A legenda e a data são legíveis com auxílio de lente.
UTG (Um Tanto Gasta)
Desgaste extremo, detalhes nada legíveis. Apresenta somente a silhueta
da figura principal. Muito desgastada. São colecionáveis somente se
forem muito raras.
Níveis e
subníveis de graduação utilizados no Brasil e no mundo
Existe uma equivalência dos níveis brasileiros em relação aos
utilizados internacionalmente. A tabela abaixo mostra essa
equivalência. O tradicional Catálogo Bentes também tem sua
própria escala de conservação de moedas.
|
>10 |
10 |
9 |
8 |
7 |
6 |
5 |
4 |
3 |
2 |
1 |
Brasil |
- |
FC |
S/FC |
S |
MBC/S |
MBC |
BC/MBC |
BC |
R/BC |
R |
UTG |
Portugal |
- |
SOB |
BELA/SOB |
BELA |
MBC/BELA |
MBC |
BC/MBC |
BC |
|
|
|
Mundo |
- |
UNC |
AU |
XF |
VF/EF |
VF |
F/VF |
F |
VG |
G |
POOR |
Bentes |
FDCe |
FDC |
- |
SOB |
- |
MBC |
- |
BC |
- |
R |
UTG |
Fonte: "Livro das Moedas do Brasil" de Amato, Neves e
Russo;
SNB - Sociedade Numismática Brasileira
dicionário
UNC: Uncirculated (Não circulada).
AU: Almost uncirculated (Quase não circulada).
XF ou EF: Extremely fine (Extremamente bem conservada, soberba).
VF: Very fine (Muito bem conservada).
F: Fine (Bem conservada).
VG: Very good ("Muito boa", conservada).
G: Good (Boa, regular).
POOR: Poor (Pobre, gasta).
FDCe: Flor de Cunho Excepcional