São Paulo, 9 de Julho de 1932, uma revolta contra o presidente
Getúlio Vargas obrigou o envio de tropas federais para conter a rebelião.
As forças paulistas lutaram contra o exército durante três
meses seguidos, tornando o episódio conhecido como a
Revolução Constitucionalista de 1932.
Cartaz de convocação de voluntários
"Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo"
Já em 1930, uma revolução derrubara o governo dos grandes
latifundiários(1) de Minas Gerais e São Paulo. Getúlio Vargas
assumira a presidência do Brasil em caráter provisório mas,
com amplos poderes. Do Congresso Nacional às Câmaras
Municipais, todas as instituições legislativas foram abolidas
e, os governadores dos estados, foram depostos e substituídos
por interventores.
A política
centralizadora de Vargas desagradou as oligarquias(2) estaduais,
especialmente as de São Paulo, o estado
economicamente mais importante da nação. Em 1932, uma greve
mobilizou 200
mil trabalhadores no estado fazendo com que empresários e latifundiários de São Paulo se
unissem contra Vargas.
Um grande comício realizado em 23 de maio de 1932, reivindicando uma
nova constituição para o Brasil, terminou em conflito armado e
quatro estudantes morrem: Martins, Miragaia,
Dráuzio e Camargo, dando origem ao grande símbolo da
revolução: a sigla MMDC. Essas mortes foram o estopim para dar
início, em 9 de julho de 1932, à maior guerra civil da
história brasileira.
A 14 de julho, o governador Pedro de Toledo decreta a
criação de um bônus de guerra que desempenhe as funções de
moeda. Para lastreá-lo foi lançada a campanha "Doe ouro
para o bem de São Paulo", centralizada pela associação
comercial em conjunto com os bancos.
Em outubro de 32, após três meses de luta, os paulistas se
renderam. Apesar da derrota, a luta não foi em vão: dois anos depois da revolução,
uma assembleia eleita
pelo povo promulgava a nova Carta Magna.
Carimbo do Capacete - Campanha do Ouro
Moeda de prata com o carimbo do capacete
"Tudo por São Paulo 1932"
Em meados de 1935, já na fase final da distribuição do
espólio dos bens adquiridos e não utilizados na campanha do
ouro, pelos encarregados da Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo, teve-se a idéia de
marcar as moedas antigas para a posteridade.
A marca - um
carimbo com capacete e a legenda "1932 C.O." (1932,
Campanha do Ouro) - ficou conhecida como o
"Carimbo do Capacete" ou o "Carimbo da Campanha
de Ouro" e, desde sua criação, gera uma
enorme polêmica sobre quantas foram carimbadas e em quais
circunstâncias, sendo que alguns afirmam que moedas circulantes
chegaram a serem carimbadas e muitas são falsas.
De todo modo tratam-se de moedas muito escassas atualmente e com
um enorme significado histórico.
O numismata Kurt Prober, reconhece carimbos aplicados sobre moedas de cobre (coloniais ou imperiais), bronze
(10, 20 ou 40 réis, imperiais ou republicanas),
níquel, prata (depois de 1849) e prata coloniais do primeiro
Reinado.