As Moedas da Colônia Santa Teresa

A Colônia Santa Teresa, inaugurada pelo presidente Getúlio Vargas em 11 de março de 1940 na região da Grande Florianópolis, foi estabelecida para abrigar os leprosos catarinenses. Localizada inicialmente na Fazenda em São José, hoje pertencente a São Pedro de Alcântara após sua emancipação, a colônia operava com um sistema de comércio controlado. Para evitar a circulação do dinheiro nacional e prevenir a disseminação da doença, foi concebida a ideia de um numerário local exclusivo.

A fabricação dessas moedas foi encomendada à Siderúrgica Eberle, originária de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Fundada em 1896 por Abramo Eberle como uma pequena funilaria, a empresa expandiu suas operações para incluir a fabricação de talheres e objetos de cutelaria antes de assumir a produção das moedas da colônia devido à sua experiência em metalurgia.

As moedas foram cunhadas com valores de 1000, 500, 300, 200 e 100 réis. Cada uma exibia no reverso as iniciais C.S.T., com ligeiro declive para a direita. Mesmo após a reforma monetária brasileira de 5 de outubro de 1942, que alterou o padrão monetário para o Cruzeiro, as moedas da Colônia Santa Teresa continuaram em uso interno.

Em 1962, foi promulgada a Lei nº 3.948, determinando a extinção dos leprosários no Brasil. Esta legislação fazia parte de um movimento internacional de desospitalização e reintegração social dos pacientes de hanseníase. Acredita-se que as moedas continuaram a ser usadas internamente na instituição até sua desativação em 1961.

Hoje, essas moedas são geralmente comercializadas em séries completas com os cinco exemplares. Quando encontradas avulsas, as moedas de 300 réis são mais raras, possivelmente por terem sido as mais utilizadas dentro do leprosário, correspondendo exatamente ao valor do ingresso no cinema local.