Siglas nas moedas brasileiras

Siglas são letras ou monogramas inseridas nos cunhos das moedas, como um tipo de assinatura, que identificam os abridores de cunho. Nas moedas brasileiras, apesar de não ser uma prática comum, encontramos algumas situações onde essas assinaturas aparecem e até incorporam curiosidades que as tornam variantes dos modelos oficiais.

Tomamos conhecimento de siglas em moedas a partir de 1822 para, a partir de 1946, ter sido abolida de vez essa prática. Como abridores de cunho que deixaram suas marcas para a posterioridade, destacamos:

 

Zeferino Ferrez (1797-1851)

Sua assinatura Z. FERREZ aparece na mais importante moeda da numismática brasileira: a peça da coroação, de 1822.

Conforme descrição de Hans Kochmann (SNB): "(...) a inscrição Z. FERREZ (Zeferino Ferrez, 1797-1851, gravador e abridor de cunhos da Casa da Moeda do Rio de Janeiro) em baixo relevo, é aposta na parte ovalada do corte do busto imperial (...)".

 

 

Carlos Custódio de Azevedo

A sigla AZEVEDO F. (AZEVEDO fecit(1)) aparece nas moedas de 4$000 e 6$400, 1832, sob o busto de D. Pedro II, ainda menino.

Christian Lüster (1822-1871)

O dinamarquês Christian Lüster, desde 1861 produziu diversos ensaios e provas para Casa da Moeda para, em 1867, começarem a circular moedas com sua marca. Lüster adotava dois tipos de assinaturas: C.L. ou LÜSTER F. (Luster fecit(1)). Sua sigla pode ser encontrada em moedas de prata e bronze até 1875.

 

 

Ernesto de Souza Reis Carvalho

As iniciais E.S.R.C. são encontradas nas moedas de bronze de 1873 a 1880.

 

Francisco José Pinto Carneiro

As iniciais F.C. aparecem discretamente nas moedas de bronze de 40 réis e nas de prata de 500 e 1000 réis de 1889. Aparecem, também, nas de 10000 e 20000 réis de ouro a partir de 1889 até 1922.

 

Paulim Tasset (1839-1919)

Na produção estrondosa das moedas de 1901 (as primeiras e únicas onde a era é expressa em algarismos romanos - MCMI), todas cunhadas fora do Brasil (Alemanha, Inglaterra, Áustria, França e Bélgica), entre as estrelas aparece uma discretíssima sigla PT, quase imperceptível, sigla do francês Paulim Tasset.

 

João da Cruz Vargas

Um J sobreposto a um V, parecendo um Y deitado. Esse é o monograma que representa a assinatura de João Vargas. Em 1914, elaborou um ensaio para uma moeda de 2000 réis que acabou sendo utilizada nas moedas de 500 e 1000 réis de 1924 a 1931.

   

 

Calmon Barreto (1909-1994)

A série comemorativa do quarto centenário da colonização do Brasil (1932), conhecidas como Vicentinas, leva a assinatura de Calmon Barreto nas moedas de 200 e 500 réis: um monograma CB com a letra C envolvendo a letra B. Variando ou simplesmente CB nas moedas posteriores (1935 a 1938).

  

 

Walter Rodrigues Toledo

Inicialmente, em 1932, era um monograma com as letras WT sendo o T formado pela perna da direita do W mostrado na série "vicentinas" nas moedas de 100 e 400 réis. Depois, variando ou apenas as iniciais WT (1935 a 1938) para, posteriormente (1942 a 1945), o T ir parar no meio do W.

           
 
 

 

Leopoldo Alves de Campos

Seu monograma já aparecia na série "vicentinas", de 1932, nos valores 100, 1000 e 2000 réis para aparecer novamente na série "brasileiros ilustres", período de 1936 a 1938, nos valores 200, 300 e 2000 réis.

  

 

Arlindo Bastos

Monograma formado com as letras BA. Aparecem nas moedas de 200 e 2000 réis da série "vicentinas" (1932).

 

Basílio Nunes

De alguma forma é um monograma com as letras B e N. Basílio Nunes assina o reverso da moeda de 400 réis da série "vicentinas", 1932.

 

Hermínio José Pereira

No reverso da moeda de 1000 réis da série "vicentinas" consta a assinatura de Hermínio Pereira.

 

Orlando Moutinho Maia

O "O" sobreposto a um "M" forma o monograma utilizado por Orlando Maia identificar suas obras. Já em 1939 (brasileiros ilustres) percebe-se a gravação da sigla OM nas moedas de 2000 réis estendendo até os anos 1945 com o cruzeiro em andamento.

 

Benedito Ribeiro

No início do padrão cruzeiro, de 1942 a 1944 com a sigla BR.

 

Fonte: Coleção Eduardo Rezende;
Catálogo das Moedas Brasileiras, Kurt Prober;
SNB - Sociedade Numismática Brasileira.

dicionário

 (1) Fecit: Em latim, que quer dizer "feito por mim".

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