O Banco Central do Brasil - BCB

O Banco Central do Brasil foi resultado de um longo processo de maturação, iniciado no século XVII com a criação da Casa da Moeda e posteriormente com o Banco do Brasil, que desempenhava funções mistas de banco central e comercial.

Até 1945, o Banco do Brasil exercia as funções de autoridade monetária. A criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) em 1945 visou controlar o mercado financeiro e preparar o cenário para um banco central. Em 1964, a Lei nº 4.595 formalizou a criação do Banco Central, com início de atividades em 1965.

A partir de 1985, houve uma separação clara entre as funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional, culminando na Constituição de 1988, que estabeleceu dispositivos importantes para a atuação autônoma do Banco Central, incluindo a emissão exclusiva de moeda e a independência na nomeação de seus dirigentes.

Apesar de o edifício da Caixa de Amortização ter sido destinado como futura sede, após a criação do Banco Central, seus serviços ficaram espalhados em vários prédios do Rio de Janeiro. A Presidência e os Diretores ocupavam salas no Edifício Leonardo Truda, cedidas pelo Banco do Brasil, enquanto outros setores funcionavam em diversos endereços.

Havia planos para desapropriar imóveis ao redor da Caixa de Amortização para expandir a sede no Rio de Janeiro. No entanto, a Constituição de 1967 mudou essa trajetória, e o projeto foi abandonado. As desapropriações em andamento foram interrompidas pelo Decreto nº 60.871, de 19 de junho de 1967, que determinou que a sede do Banco Central seria em Brasília, a Capital da República.

Em 1967, um Grupo de Trabalho foi criado para estudar a transferência da sede do Banco Central para Brasília, conforme a Constituição de 1967. Após considerar várias localizações, o Banco Central decidiu construir sua sede no Setor Bancário Sul, em Brasília.

A construção do edifício-sede começou em 1975 e foi concluída em 1981, utilizando técnicas inovadoras de engenharia para a época. O projeto arquitetônico, assinado por Hélio Ferreira Pinto, foi inspirado no desenho da moeda do "dobrão" do Império de 1725, com o formato do prédio refletindo a Cruz de Cristo. A logomarca do Banco Central, criada por Aloísio Magalhães, também foi inspirada na sombra projetada pelo edifício. Hoje, o edifício-sede é um marco na paisagem de Brasília, simbolizando a evolução da economia brasileira.