Com o correr dos
tempos as moedas passaram a ter uma representação gráfica,
geralmente constituÃda de duas partes: a designação abreviada
do padrão monetário, que varia em cada paÃs, e o cifrão, sÃmbolo
universal do dinheiro.
A propósito, conta a mitologia grega que o lendário Heracles
(Hércules),
para realizar um de seus doze trabalhos, teria necessidade de
transpor uma enorme montanha. Dispondo de pouco tempo para a escalada,
resolveu abrir o caminho rachando a montanha, separando-a em
duas. De um lado ficou o monte Gibraltar, e, de outro, o Monte
Acho. As duas colunas, assim separadas,
passaram a denominar-se as "Colunas de Hércules".
Monumento às Colunas
de Hércules, em Gibraltar
Nos anos 700 da
era cristã, incursões muçulmanas
levaram ao continente europeu a cultura árabe que, mais tarde, se
espalhou pelo mundo, com as conquistas europeias, especialmente
de portugueses, espanhóis, franceses, ingleses e holandeses.
Táriq, um general
árabe, para alcançar a
Europa, teria partido da Arábia e passado, sucessivamente,
pelo Egito, desertos do Saara e da LÃbia, TunÃsia, Argélia e
Marrocos; cruzando o estreito das Colunas de Hércules e chegado,
finalmente, à Espanha. Esse estreito, a partir do século VIII,
passou a denominar-se Djebel-el-Táriq e, atualmente, tem o nome
de estreito de Gibraltar, palavra que se origina do árabe Djabal.
Táriq mandou gravar, em moedas, uma linha sinuosa, em forma de
"S", representando o longo e tortuoso caminho
percorrido. Cortando essa linha sinuosa mandou colocar, no sentido
vertical, duas colunas paralelas, representando as Colunas de Hércules,
com o significado de força, poder, perseverança. O sÃmbolo
assim gravado nas moedas - $ -,
simplificado com uma única haste por questões gráficas, passou a ser reconhecido,
mundialmente, ao longo do tempo, como cifrão, representação
gráfica do dinheiro.
Outra versão
Moeda colonial espanhola de prata
cunhada em PotosÃ, em 1768
Não são poucas as versões sobre a origem do
sÃmbolo cifrão. A contada acima, presente no site da Casa da
Moeda do Brasil, traz o cifrão como uma "invenção"
dos primórdios da nossa história. No entanto, uma outra versão traz essa história para tempos mais recentes, para o
século XVII.
Nesta versão, em comum, estão as Colunas
de Hércules porém, a origem do sÃmbolo teria vindo da
BolÃvia, a partir da representação do brasão espanhol nas
moedas de prata produzidas na cidade de Potosi. As Colunas de
Hércules no brasão assumiram a forma de duas barras verticais
contornadas por uma faixa em forma de "S" deitado
originando, mais tarde, o sÃmbolo cifrão.
A cidade de
Potosi,
BolÃvia (na época, Alto Peru), alcançou seu
apogeu durante o século XVII tornando-se a cidade mais
rica do mundo devido à exploração de suas minas de prata. Sob
domÃnio espanhol, a Casa Real de la Moneda de Potosi cunhava os
reales de prata que traziam, em seu anverso, o brasão espanhol
formado por uma coroa sobre dois hemisférios da Terra e tudo entre
as Colunas de Hércules. Com o tempo, a coroa e os dois
hemisférios foram substituÃdos por uma flâmula entranhada nas
colunas com formato semelhante a um "S" deitado. DaÃ,
para se transformar no S cortado por duas barras horizontais,
teria sido um caminho natural.
SÃmbolos monetários
Alguns paÃses adotam o cifrão na composição
de seu sÃmbolo monetário. Principalmente, nos paÃses onde a
moeda é chamada dólar ou peso.
sÃmbolo |
moeda |
paÃs |
R$ |
real |
Brasil |
Mex$ |
peso |
México |
$MN |
peso |
Cuba |
US$ |
dólar |
EUA |
C$ |
dólar |
Canadá |
NZ$ |
dólar |
Nova
Zelândia |
A$ |
dólar |
Austrália |
HK$ |
dólar |
Hong Kong |
Fontes: Casa da Moeda do
Brasil: 290 anos de história, 1694/1894,
Wikipédia; Revista História - Editora Abril; imagens retiradas da Internet
dicionário
(1) Cifrão:
Do árabe "cifr", que seria em português
"cifra". SÃmbolo universal indicador de moeda,
dinheiro. Um S maiúsculo cortado verticalmente por duas
barras paralelas.