Em 1914, foi elaborado um ensaio para uma moeda de 2000 réis, com a
figura da abundância - inspirada na obra Semeuse, de Roty - que acabou
sendo utilizada nas moedas de 500 e 1000 réis de 1924 a 1931. O autor
do ensaio foi João da Cruz Vargas e, sua sigla JV, aparece
nessas moedas.
DifÃcil de notar, o monograma JV - se assemelha mais a um Y deitado
pois o J está sobreposto ao V -, aparece em baixo relevo, ao lado
direito do exergo(1), encostado à orla e um pouco abaixo da boca da
cornucópia(2).
Esse detalhe, sendo em baixo relevo na moeda, existe em forma de fios
finÃssimos em alto relevo no cunho e, estando encostado no bordo, onde
é maior a distensão(3) do metal durante a cunhagem, se gasta rapidamente
a ponto de desaparecer.
Com isso, são encontradas moedas sem a sigla tornando-se uma
variação apreciada pelos colecionadores. A quantidade de moedas sem
sigla é muito inferior às com sigla.

O monograma JV aparece, também, no anverso da moeda.
Dessa vez em alto relevo e já mais visÃvel e protegido contra
desgaste.

Fonte: Texto adaptado extraÃdo de Catálogo das Moedas Brasileiras, Kurt Prober;
SNB - Sociedade Numismática Brasileira, Abrahão Gitelman;
imagens: coleção Eduardo Rezende
dicionário
(1) Exergo:
Espaço inferior do campo da moeda, onde geralmente é posta a data
da cunhagem, letra monetária ou sigla do gravador.
(2) Cornucópia:
SÃmbolo da fertilidade, riqueza e abundância representado por um
vaso em forma de chifre, repleto de frutas e flores.
(3) Distensão: Estiramento;
tensão demasiada.
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