CATÁLOGO

Um completo e interessante compêndio das moedas e cédulas brasileiras de todas as épocas.

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CURIOSIDADES

Você sabia que no século 19, usava-se uma escala impressa em papel para medir moedas...
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- A História do Cifrão
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A MOEDA NO TEMPO

A história da moeda no Brasil contada através dos anos desde os tempos coloniais até os dias de hoje.

Moedas Populares

Em determinadas épocas, algumas moedas de circulação comum entraram para o folclore nacional, independentemente de seu valor intrínseco, dos momentos políticos ou econômicos vivenciados. Por circunstâncias até certo ponto inusitadas, essas moedas se tornaram conhecidas por apelidos ou denominações populares, ganhando espaço no vocabulário e muitas vezes sobrevivendo até os dias atuais. Incorporadas aos dicionários, continuam sendo utilizadas no dia a dia ou em expressões corriqueiras.

O Tostão

1 tostão

1 tostão

A origem vem das moedas italianas que tinham gravadas a cabeça (testone, em italiano) do Rei. Depois de D. Manoel I, as moedas de 100 réis de Portugal e, finalmente, no Brasil, a partir de 1834 nas moedas de 100 réis da série dos cruzados.

Hoje, o "tostão" é referência a dinheiro: "ficar sem nenhum tostão" é o mesmo que ficar sem dinheiro, ficar pobre. Ainda pode ser "pingo de chuva" (do tamanho de um tostão), "joelhada na coxa" (hematoma no tamanho de um tostão) ou até significar "um pouquinho" de alguma coisa.

O Vintém

Nome dado às moedas de 20 réis (do arcaico vinteno: vigésima parte, no caso, do cruzado), tanto em Portugal como aqui no Brasil. A princípio, denominava-se as moedas de prata e depois, quando a denominação ficou mais popular, as moedas de cobre e, mais adiante, as de bronze.

Já o vintém de ouro era uma medida de peso: a 32ª. parte de uma oitava de ouro, cerca de 0,112g, equivalente a 37,5 réis. Nos períodos de 1818 a 1821 e de 1823 a 1828, foram produzidas moedas de cobre no valor de 37 ½ réis que ficaram conhecidas como vintém de ouro: 1 oitava de ouro = 1 dracma = 3,584g.

"Sem vintém" é o mesmo que "sem dinheiro". "Dandar para ganhar vintém", expressão em Macunaína, de Mário de Andrade, é utilizada como um estímulo para a criança que está começando a andar.

O quatrocentão

O quatrocentão

O Quatrocentão

O Quatrocentão, uma moeda de cuproníquel de 400 réis produzida entre 1918 e 1935, com seus 3 cm de diâmetro, tornou-se um ícone cultural. Popularmente, os primeiros e grandes pingos de chuva das chuvas de verão eram chamados de "quatrocentões", em alusão ao tamanho da moeda.

O Centavinho

O Centavinho, uma moeda de 1 centavo de cruzeiro produzida entre 1979 e 1983, é um exemplo de como objetos de valor monetário insignificante podem adquirir um significado sentimental profundo. Devido à inflação da época, seu valor real era quase nulo, mas transcendeu seu valor econômico e se tornou um símbolo cultural.

Apesar de seu valor irrisório, o Centavinho era frequentemente guardado como lembrança e presente em coleções. Ele simbolizava um período específico da história econômica do Brasil e a resiliência do povo brasileiro.

Casaquinha, Coletinho e Camisolão

Casaquinha, Coletinho ou Camisolão

Casaquinha, coletinho ou camisolão

Para celebrar o quarto centenário da Colonização do Brasil, em 1932, foi lançada uma série de 6 moedas, cada uma representando motivos da época. Uma dessas moedas, feita de bronze-alumínio e com valor de 500 réis, ficou conhecida por apelidos como "casaquinha", "coletinho" ou "camisolão". Isso se deve ao fato de exibir, em um dos lados, um gibão bandeirante semelhante ao usado pelo homenageado da moeda, João Ramalho. Ele foi um aventureiro e bandeirante português que desempenhou um papel fundamental na fundação de São Paulo.

Os "Merréis"

O "mil-réis" foi um antigo padrão monetário derivado dos réis portugueses, surgido como consequência da acentuada desvalorização dos réis. Tornou-se a unidade monetária de Portugal até 1911, quando foi substituída pelo escudo, e do Brasil até 1942, com a introdução do cruzeiro. Pronunciada "merréis", a palavra virou sinônimo de dinheiro, como na expressão "me dá alguns merréis!".

No Brasil, o mil-réis foi oficialmente adotado como unidade monetária em 8 de outubro de 1833, através de lei assinada pela Regência Trina durante a menoridade de D. Pedro II. Esta lei reorganizou diversos aspectos do Sistema Monetário Brasileiro, oficializando o mil-réis como unidade monetária e os réis como valores divisionários.

Na mesma época, surgiu o termo conto de réis, referindo-se a um montante equivalente a 1 milhão de réis, ou mil mil-réis.

Níquel

Níquel

1 Níquel

A designação "níquel" é comum para moedas feitas com esse metal, geralmente em liga com outros metais. Essa denominação se originou com as moedas brasileiras feitas de cuproníquel (uma liga de cobre e níquel) entre 1918 e 1935. Moedas de níquel puro foram emitidas no Brasil apenas em 1967, 1970 e 1972, embora a liga de cuproníquel já fosse utilizada no país desde 1871.

As máquinas "caça-níqueis" ganharam esse nome porque funcionavam com a introdução de uma moeda, que originalmente eram moedas americanas de níquel. No Brasil, "níquel" tornou-se sinônimo de dinheiro, como na expressão "não investi um níquel sequer!", significando que nada foi gasto para atingir um objetivo.

Nicolau

A partir de 1871, o Brasil começou a produzir moedas utilizando uma liga metálica de cobre e níquel, conhecida como cuproníquel. Por comodidade, essas moedas eram frequentemente referidas simplesmente como "níquel". A transição da palavra "níquel" para o apelido "nicolau" foi rápida, refletindo a facilidade com que os brasileiros criam apelidos para praticamente qualquer coisa.

As Patacas

Moeda portuguesa de prata, com o valor circulatório de 320 réis, emitida até o século XIX. O nome originou-se das patacas mexicanas (8 reais mexicanos). As patacas foram as moedas que por mais tempo circularam no Brasil. A série era composta por moedas de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O valor de 320 réis – pataca – deu nome à série de patacas.

Meia-pataca

A moeda de 160 réis, parte da série de patacas (onde 320 réis equivaliam a 1 pataca, e 160 réis a 1/2 pataca), é a origem da expressão popular "valer meia-pataca", usada para descrever algo de pouco valor ou má qualidade. Dizer "Isso não vale meia-pataca!" equivale a dizer que algo não vale nada.

Patacão

Em Portugal, o termo refere-se à moeda de cobre de 10 réis durante o reinado de D. João III. No Brasil, tornou-se popular para descrever as moedas de 960 réis, inicialmente cunhadas sobre moedas de 8 reales das colônias espanholas e posteriormente produzidas oficialmente pelas Casas da Moeda do Rio de Janeiro e da Bahia entre 1810 e 1834. Os 960 réis correspondem a 3 patacas, conhecidos como um verdadeiro patacão. No Rio Grande do Sul, os colecionadores também chamam de patacão a uma moeda do Império, de 2$000.

Homenagem a Santos Dumont

Voando para o Mangue

Voando para o Mangue

"Voando para o Mangue" é uma expressão carioca que remete à última moeda de prata de circulação comum no Brasil, cunhada entre 1936 e 1938. A moeda homenageia Santos Dumont, o pai da aviação, com a imagem de uma asa emplumada aberta, simbolizando o desejo de voar e a inovação tecnológica que ele trouxe ao mundo.

Sua designação informal, "Voando para o Mangue", carrega uma nostalgia cultural e histórica, evocando a atmosfera do Rio de Janeiro daquela época.

O Dobrão de Ouro

1 dobrão

1 dobrão

Nos filmes de piratas, é frequente mencionar tesouros repletos de dobrões de ouro. Os navios espanhóis, carregados de ouro, eram frequentemente atacados por piratas que saqueavam suas cargas e enterravam arcas cheias de moedas de ouro em ilhas desertas. O acesso a esses tesouros só era possível com o mapa do tesouro, onde o X indicava sua localização precisa.

No Brasil, os primeiros dobrões foram cunhados pela Casa da Moeda de Vila Rica, em Minas Gerais, entre 1724 e 1727. Cada moeda pesava cerca de 54 gramas de ouro puro, com um valor facial de 20.000 réis, que frequentemente era negociado por até 24.000 réis devido ao seu alto valor real. Essas moedas foram as de maior valor em circulação na época e simbolizavam a imensa abundância de ouro de Minas Gerais.

Lá vai Barão

A expressão "Lá vai barão" tem origem na numismática brasileira e refere-se às moedas de 10.000 réis cunhadas durante o Império do Brasil, especificamente as que apresentavam a efígie de Dom Pedro II. Estas moedas de ouro eram chamadas popularmente de "barões" devido ao retrato do imperador, que ostentava um título nobiliárquico. A expressão "Lá vai barão" era usada de maneira jocosa ou coloquial para se referir ao dinheiro, muitas vezes quando alguém ia gastar ou usar uma quantia considerável.

A expressão "Lá vai barão" ressurgiu em popularidade no fim dos anos 1980, principalmente devido ao programa humorístico de televisão "TV Pirata". No programa, a frase era usada de maneira cômica e irônica para se referir ao momento de pagar uma quantia por alguma coisa. A referência era à nota de 1000 cruzeiros, que apresentava a efígie do Barão de Mauá.

Fontes:
Catálogo das Moedas Brasileiras, Kurt Prober, 1981
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
Wikipédia

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